Páginas

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

CHOVE POESIA

por Eliane Silvestre


Crianças e bicicletas, na chuva.
Conversas infantis, no vento.
Riscando o asfalto, rodas molhadas.
Riscando a tarde, crianças regadas.
Cheirinho de mato encharcado.

Uma melodia procura a chuva,
Fugindo pela janela,
O céu carregado, torna-se refúgio para ela.

Nuvens pesadas
Sonham em ser crianças levadas –
Andam de carona na bicicleta do vento.
E eu penso, neste momento:
Com certeza, não é para criança que se destina
A previsão do tempo.

(publicado nos livros "Asas e Vôos", Editora Guemanisse, de 2006 e "Banco de Talentos da FEBRABAN", de 2003)