Por Eliane Silvestre
Adoro ouvir o silêncio.
Como bolha de sabão,
Estoura!
Em um momento,
Que vem com argumento:
Pré-nupcial,
Casamento,
Encontro não labial,
Sentimento,
Sepucral,
Mortevida,
Gene “is all”...
O silêncio é como uma morte.
Mortevida dos nossos achismos.
Neologismos.
Que venha o abismo!
Morte de ser um ser banal.
Adoro ouvir o silêncio.
Como gota, cai no mar
Da minha percepção.
Como palavra, emudece.
Como gota, umedece
Todo o meu sim
Que devia ser meu não.
Adoro ouvir o silêncio
E respirar seu escuro.
Perceber tudo que em mim
Está em cima do muro.
Adoro ouvir o silêncio.
Entrar em contato
Com um “sem noção”...
Enxergar minha encenação.
Entrega sem ação.
Dar a minha mão
Para minha alma
E depois voltar desta trip
Com mais calma,
Para saber mais sobre meu “ser”,
O que vou fazer,
Em que quero crer,
Se quero crer no novo
Ou se o velho está bom,
Ou se quero derrubar tudo
Em nova parede colocar meu
cimento.
Se quero ter de volta
Meu casamento
Ou se prefiro continuar a fazer
amorpoesia
Com cada um de vocês,
Meus príncipes.
Permanecer brincando de “Era uma
vez...”