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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012


ARDER DA TARDE NA PRAIA


Por Eliane Silvestre



Uma tarde malhada
de sóis e sombras.
Um corpo malhado,
molhado
de céu e ondas.
Um olhar parado,
deitado
na linha do horizonte,
quer andar na linha
e, buscando paz,
acha que o mar é a fonte. 

Um outro olhar infantil
também busca
do mar ouvir conselhos,
esquecer o pai vil,
e, nesta tarde d´ouro que ofusca,
deixa ali seu coração de joelhos. 

Num banquinho, um casal briga,
mas a natureza não liga
                            e continua esbanjando poesia:
                            o coqueiro fotografa a areia
                            e ela faz pose, quando ele grita: Sorria!... 

Todos vieram testemunhar
o encontro do céu com o mar...
Há quem acredite no cair da tarde...
Eu não,
com suas cores de fogo,
acho que não cai, arde
e faz chorar de verdade...


(publicado nos livros "Asas e Vôos", Editora Guemanisse/RJ, de 2006)



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